Avançar para o conteúdo principal

CALA-TE, POETA DA TRETA


Faz um favor a ti próprio e cala-te
Não vês e não sentes
Quão exaurido
Fazes timbrar essa voz no meu ouvido
Fecha a matraca da tua pena
Deixa as palavras descansar
Não tens espelhos para te mirar?
Julgas-te dono das flores, das caras e dos dias
E no entanto
Precisas de escrever outro tanto
Faz esse favor a ti próprio e cala-te
Deita-te ao luar e respira
Deixa que a traqueia se solte
E a voz te tolde
Faz o favor ao mundo de ficar calado
Deixa para quem pode esse triunfo alado
De ser poeta
De ser fidalgo escriba da treta
Cala-te ou fala
Fala antes de escrever
Mas vive antes de morrer

Foto: Deserto Quente - Raul Alexandre (olhares.aeiou.pt)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

MIA ROSE - QUALQUER COISA

Natal das ideias

Era já Natal nas ideias Mas inverno nas cabeças Carecas, pouco cheias Era bonita a festa Luminosa O Natal das pessoas Ou o que delas resta Há pouco para querer E muito Natal para poder Ser Natal E gritar bem alto o refrão Natal não é hoje Como todos os dias é verão * Foto João Carvalho ( http://saltapocinha.wordpress.com/)

Da tua boca o meu poema (Fado)

Quando um dia me cansar de cantar Os versos que em tua luz me iluminaram Hei-de cantar com toda força As frases e as vozes que na vida me falaram Hei-de cantar com toda força As frases e as vozes que na vida me falaram Calei-me tantas vezes perante a vida Que ela me julgou um malfadado Foram só os versos que me fizeram Senhor e pobre escravo do fado Foram só os versos que me fizeram Senhor e pobre escravo do fado Fiz das rimas a minha canção De ser tua inspiração o meu lema Fiz dos teus olhos a inspiração Da tua boca o meu poema Fiz dos teus olhos a inspiração Da tua boca o meu poema Agora quando canto, canto fado Canto os teus olhos e a tua boca Mesmo que o oiças mal cantado È verdade o que ouves, não estás louca Mesmo que o oiças mal cantado È verdade o que ouves, não estás louca